6 de abril de 2011

Sobre mulheres e lagartixas


   Nunca me perguntei, nem tampouco me dei conta, porque mulheres são tão aficionadas por lagartixas. Item de decoração obrigatório em todo ambiente com ares contemporâneos que se preze, sempre vi lagartixas em lojas de móveis e badulaques de todo gênero à venda pelo mundo afora, mas nunca me chamaram muito a atenção. Até comprei um souvenir de Barcelona, para expôr não sabia nem bem onde no meu quarto, e optei por uma lagartixa de mosaico, estilo Parc Güell. Mas não foi até a semana passada, quando ouvi alguém comentar "devia ser feito um estudo do porque mulheres gostam tanto de lagartixas", que me dei conta da fixação.
   E eu não estou aqui para solucionar o enigma. Não! Mas para falar sobre outras manias mulheris, que tenho me dado conta ao longo do tempo.
   Por que as mulheres precisam de um novo corte de cabelo ou cor quando terminam um relacionamento? Pra que radicalizar? Pra que cortar um palmo daqueles fios milimetricamente cuidados, pra que cortar um lado curto, pra que cortar aquela maldita franja que vai te dar muito trabalho de manhã com o secador? Pra que pintar de vermelho fogo, pra que refazer as malditas mechas, pra que mudar do loiro platinado pro preto morte?
   Outras optam por tatuagens. 

   Eu sou a que muda o cabelo. Sempre. Nos últimos dois anos me comportei justamente como um camaleão cabelístico, daquelas que vive mudando o cabelo a cada 4-5 meses. Não que a cada período de tempo eu tenha terminado um relacionamento! Nops. Mas eu tive motivos para querer renovar. Tirar um pouco daquela outra pessoa de mim pra tentar recomeçar, mudar a cabeça, literalmente. Parece que a gente tira um pouco o peso daquele sentimento com os fios de cabelo que vão embora.

   E sabe o que mais? Ele volta a crescer. Mais forte. Que nem o rabo da lagartixa.